A cultura da cana-de-açúcar no Brasil e no Mundo
Metade da energia necessária para um indivíduo utilizar no seu dia-a-dia pode ser encontrada na natureza sob a forma de açúcares e amidos.
O Brasil, por sua longa relação com a cana-de-açúcar, Saccharum officinarum, transformou-se no maior personagem do mercado de açúcar e etanol (etanol) do mundo, contando atualmente com baixos custos de produção, uso de tecnologia e gestão de vanguarda.
De acordo com a FAO (2011), o Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com uma produção de cerca de 600 milhões de toneladas, sendo que nas duas últimas décadas a produção aumentou praticamente três vezes (UNICA, 2011).
Seguido respectivamente pelos maiores produtores Índia, China e Tailândia, sendo que o somatório de suas produções é próximo ao total produzido no Brasil.
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Podemos considerar que o setor canavieiro é de extrema importância para a economia nacional, por possuir o maior parque industrial de açúcar, etanol e derivados de cana-de-açúcar do mundo (RIPOLI, 2009).
Apesar de ser um setor bastante tradicional na economia brasileira, datando desde o período colonial, mantem-se um dos principais do país em termos de participação no produto interno bruto (PIB), geração de emprego e inserção internacional.
O setor reúne cerca de 6% dos empregos agroindustriais brasileiros e é responsável por mais de 35% do PIB e do emprego rural do Estado de São Paulo (UNICA, 2011).
O Brasil responde por aproximadamente 33% da produção mundial de etanol, ficando atrás dos Estados Unidos que utilizam outra tecnologia de produção (milho como matéria-prima), menos eficiente em termos de racionalidade do uso da terra e energia despendida no processo de transformação da matéria prima em etanol.
Esta realidade brasileira decorre de uma elevada produtividade agrícola, boa qualidade da cana-de-açúcar utilizada e de sua elevada taxa de conversão em açúcar e etanol.
Além de vantagens naturais associadas à qualidade de solo e clima, parcela significativa do sucesso do país decorre dos ganhos em produtividade ocorridos nos últimos anos em todas as etapas do processo produtivo da cana-de-açúcar.
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A planta cana-de-açúcar é uma Poaceae semi perene que se desenvolve em forma de touceira, possuindo ciclo econômico de cinco a seis anos, portanto, estabelecer e formar novos plantios com qualidade é fundamental. A planta da cana-de-açúcar possui uma parte aérea, a qual é formada por colmos, folhas e inflorescência e, outra parte subterrânea constituída de raízes fasciculadas, em que cerca de 85% se encontram nos primeiros 0,50 metros de profundidade, além de rizomas que são responsáveis pelo perfilhamento das touceiras.
As novas touceiras se originam dos rizomas que rebrotarão após a colheita (SEGATO et al., 2006).
O ciclo evolutivo da cultura da cana-de-açúcar pode ser de 12 (cana de ano) e 18 meses (cana de ano e meio).
Após o primeiro corte o ciclo da cana-de-açúcar passa a ser de 12 meses teoricamente, que a partir do corte passa a ser denominada de cana-soca (ALFONSI et al., 1987).
A importância da cana-de-açúcar é decorrente de sua vasta utilidade, podendo ser empregada in natura, sob a forma de forragem para a alimentação animal, ou como matéria-prima para a fabricação de melado, aguardente, rapadura e principalmente açúcar e etanol.
Seus resíduos também possuem grande importância econômica, o bagaço pode ser queimado nas caldeiras e servir como combustível e o vinhoto/vinhaça ser transformado em adubo (CAPUTO et al., 2008).
O processo de modernização do setor canavieiro surgiu com o início da participação dos governos estaduais, por meio de leis e decretos destinados a permitir que antigos senhores de engenho pudessem ampliar a escala de produção de suas unidades de processamento de cana, denominados então de “USINAS”.
A modernização foi necessária para enfrentar a competição de outros países produtores.
Com esta primeira modernização surgiu o complexo agroindustrial (agricultura e indústria), cujas atividades baseavam-se na produção de cana-de-açúcar e a sua transformação em açúcar, etanol e demais subprodutos.
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O processo de modernização também contou com a mecanização de algumas etapas do processo produtivo agrícola, principalmente o preparo do solo, plantio, colheita, carregamento e transporte, além das pesquisas genéticas (desenvolvimento e melhoramento de novas variedades) (VIAN, 2003).
A consolidação das terras Paulistas como maior produtora de cana-de-açúcar ocorreu na Segunda Grande Guerra, onde o Nordeste ainda tinha como principal fonte de renda as exportações, porém em 1929 após a crise mundial, a região Nordeste começou a ter dificuldades em escoar sua produção devido à diminuição das vendas para o exterior. Já em São Paulo, o etanol foi valorizado em razão das dificuldades do uso de derivados de petróleo importados (RICCI, 1994).
Em 1933, o governo Vargas criou o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), órgão governamental encarregado de dirigir, controlar e fomentar a produção sucroalcooleira em âmbito nacional, o que significou um marco na história do setor.
Tal entidade foi responsável por disciplinar as conturbadas relações entre usineiros e fornecedores de cana, através de um conjunto de medidas relativas à estabilização da produção, estabelecimento de quotas para os produtores, critérios de definição de preços, pesagem, fiscalização, assistência técnica, jurídica, financeira, social, entre tantas outras (QUEDA, 1972).
De acordo com o mesmo autor, a intervenção do Estado na atividade canavieira era grande, além do IAA o governo criou em 1971 o Programa Nacional de Racionalização da Agroindústria Açucareira, que atuava na modernização, financiamento e pesquisa das indústrias em conjunto com os Programas Nacionais de Melhoramento da Cana-de-Açúcar (COPERSUCAR – CTC, PLANALCUCAR – RIDESA, IAC, EMBRAPA).
O processo de modernização contemplou o uso de mecanização agrícola no preparo do solo, no plantio, colheita, carregamento e transporte.
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Com essas mudanças o etanol de subproduto passaria a ser visto como um fator de equilíbrio da balança comercial brasileira e de recuperação do setor agroindustrial. O etanol era visto como um mecanismo de defesa para o mercado açucareiro (FISCHER, 1983).
De acordo com o mesmo autor, o Pró-ácool constituiu a política de produção de etanol e a formação de estoques reguladores de açúcar para o mercado interno, com o objetivo de subsidiar o incremento da produção do etanol, especialmente o etanol substituindo a gasolina nos motores ciclo Otto.
Com o fim da regulamentação estatal, uma nova reestruturação produtiva se deu no setor canavieiro pela chegada de empresas estrangeiras, migração interna de grupos, emergência de novas estratégias e necessidade de modernização.
Esse processo baseou-se na necessidade de redução de custos via implantação de novas tecnologias de produção agrícola e automação da produção industrial, com reflexos negativos sobre o número de empregos do setor (VIEIRA, 2007).
Quando se examina as ações dos países que introduzem em sua matriz energética o etanol produzido da cana-de-açúcar, observam-se diferentes motivações, e a importância relativa dessas razões varia de acordo com os interesses locais.
Como discutido, as duas principais motivações dizem respeito às questões ambientais e a dependência de petróleo adquirido de países politicamente instáveis.
A grande vantagem é que a cana-de-açúcar, planta C4, contribui para a redução da concentração de Gases do Efeito Estufa (GEE) através do sequestro de carbono atmosférico eficiente.
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O principal impulsor para a utilização do etanol na Europa é a necessidade de diminuir as emissões de GEE, pelo compromisso dos membros da União Europeia com as metas de redução previstas no Protocolo de Quioto.
O Estado de São Paulo, maior produtor nacional de cana-de-açúcar, por possuir municípios que têm grandes áreas ocupadas com a cultura e com usinas instaladas, enfrenta alterações sociais e ambientais.
A primeira alteração refere-se às regularizações das condições de trabalho e mão-de-obra no campo, concentração fundiária e má distribuição de renda; e a segunda refere-se a todos os aspectos abrangendo os setores e áreas ambientais (GONÇALVES, 2005).
A indústria canavieira além de submeter-se às normas do Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (CONSECANA), o setor obedece à regulamentação específica para seus produtos, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), entre outras regulamentadoras (QUEDA, 1972).
Segundo Veiga Filho (2007) citado por Camargo (2008), o fator ambiental é um dos indutores para o processo de mecanização no Estado de São Paulo, tendo se iniciado em meados da década de 1970, quando começou a adoção das máquinas colhedoras em número significativo.
Esse processo teve origem na necessidade de se resolver problemas tópicos de escassez de trabalho, sendo também estimulado pela direção geral do processo de mudança técnica no sistema de produção agrícola da cana-de-açúcar em São Paulo, o qual já vinha ocorrendo pelo menos desde a década de 1960.
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Outro fator muito importante que alavanca a adoção da mecanização é o custo que, em média, é 30% menor.
O mesmo autor considerara que o mercado externo, principalmente o da Europa, faz pressão para somente adquirir etanol de procedência “limpa”, isto é, entre outros quesitos, sem queima na colheita.
A mecanização na atividade canavieira tem como ênfase o desenvolvimento sustentável, em que o aprimoramento dos recursos de produção, a minimização dos efeitos indesejáveis ao meio ambiente e ao ser humano, e a evolução da produtividade, são os objetivos finais deste processo justificando a mecanização total do plantio da cana-de-açúcar, no que diz respeito à unidade de área plantada, reduzindo a estrutura envolvida (máquinas e mão-de-obra), além da maior capacidade de campo operacional.
Atenciosamente:
Paulo Sergio Ribeiro
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